quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Conceituar, planejar e executar


Nós arquitetos tentamos atuar em 3 campos bem diferentes do que chamamos administração de projetos: conceituar, planejar e executar. O maior desafio é que nem sempre nesta ordem.

É fácil inverter. Primeiro o cliente (ou varejista), conhece o fornecedor de equipamentos, que apresenta uma sugestão grátis de layout para demonstrar a aplicação de seus produtos, ou seja, estamos planejando antes de conceituar.

Ou pior, o varejista manda fazer a terraplejagem do terreno e faz a cotação de um esqueleto de estrutura pré-moldada do seu comércio para depois encomendar o projeto. Trata-se nesse caso de executar antes de planejar, e por aí vai.

Essas coisas estranhas acontecem mais vezes do que se imagina e ninguém sente vergonha de se prejudicar de forma tão inocente.

Uma idéia de equipamento é incluída na definição de um fluxo de público no layout, onde está sendo definido, mesmo que inconcientemente, o posicionamento de mercado daquele empreendimento, seu público-alvo, a logística de auto-serviço, o número de postos de trabalho dentro do salão de vendas, e por aí vai, tudo isso em função da sugestão de um fornecedor em utilizar um determinado balcão.

Se as coisas forem feitas dessa forma, o sucesso ou fracasso continuará para sempre nas mãos do próprio empreendedor, solitário, impotente, assim como se sente um jogador de cassino, contando mais com a sorte do que a eficácia de suas ações, enquanto se dispõe de uma razoável tecnologia de varejo através de empresas, consultores, arquitetos, administradores, entre outros especialistas, que não são ouvidos.

Lembremos que o varejo nacional é considerado um dos mais avançados do mundo, não só em termos de marketing, mas de suas outras subcategorias, como logística, comunicação, treinamento, arquitetura, tecnologia da informação, entre outras.

Felizmente, por experiência própria, vemos que a improvisação e os atos impulsivos levam ao desastre, enquanto realizar uma cuidadosa administração de projetos geralmente levam ao sucesso.

3 comentários:

nidia disse...

gostei do que li.

sou arquiteta, trabalho em uma empresa de equipamentos, fazendo layout.

todo dia me deparo com a falta de contexto, planejamento e gestão quando o assunto é o espaço físico do PDV.

muitas vezes por teimosia, outras por uma falsa visão de economia mas, na grande maioria das vezes, o desconhecimento da importancia que um bom projeto de varejo tem na produtividade de seu negócio, leva o varejista a atitudes como as descritas em seu artigo.

Mais uma vez, nós, arquitetos, temos que vencer aquela que é nossa maior concorrente : a falta de informação.

Por isto, meu caro, blogues como o seu devem ser amplamente divulgados.

O estudo do varejo no Brasil ainda engatinha, e nós que conhecemos um pouco mais, temos o poder de pulverizar a idéia que o PDV deve ser tratado com respeito, atenção, carinho e profissionalismo.

Um abraço a todos

Nídia

Claudio C. Yoshimura disse...

Nídia, obrigado pela sua participação no blog, esteja a vontade para trocarmos mais idéias e informações.
Abraços e bom trabalho!

Anônimo disse...

O problema, meu caro, é observar que os concorrentes tem acesso direto aos bons serviços de empresas como a sua, utilizando um know-how que antigamente se atingia depois de uma vida inteira no ramo. O que nos leva a uma situação de competição bastante acelerada e da necessidade de constante investimento. Obrigado pelas informações, estarei acompanhando o blog.