terça-feira, 18 de novembro de 2008

Maladragem não tem graça



Em um país onde a esperteza é utilizada como um procedimento diário de certas pessoas e empresas, e até cultivada no roteiro divertido das telenovelas, torna-se necessário que o varejista conheça algumas práticas infelizes que rodeiam nossas atividades.

Nada disso vem de época recente, nossa cultura nacional sempre fez apologia a malandragem. O eterno sucesso de escritores como Nelson Rodrigues e cineastas como Glauber Rocha são bons exemplos.

Vejamos alguns problemas mais comuns:

1-Após a contratação o fornecedor faz você se sentir mais um, é atendido com descaso e falta de interesse, comete erros como se não fossem relevantes.

2-Um vendedor faz o pedido sem detalhar o produto ou serviço e no fim não atende suas necessidades.

3-O fornecedor lhe surpreende com várias despesas extras que não estariam inclusas no seu pedido, tal como frete, impostos, montagem, embalagem, limpeza, acessórios, insumos, quando são itens necessários ao fornecimento e normalmente são providenciados pelos concorrentes.

4-O fornecedor joga a culpa dos problemas em terceiros, faz o discurso ensaiado.

5-Um fiscal ou outra autoridade faz ameaças amparadas na lei, sem que aparentemente ele tenha razão.

É importante perceber que a malandragem só sobrevive graças a ingenuidade das pessoas e principalmente pela nossa tolerância em excesso com práticas imorais ou ilícitas.

No quisito ingenuidade, não se trata de problema comportamental, mas da necessidade de ter experiência na compra do produto ou serviço ou contar com a assessoria de profissionais da área.

Outro problema é que nos acostumamos a pressionar muito os fornecedores por decontos no momento de adquirir um produto ou serviço mas não somos assim tão obstinados quando se trata de fiscalizar e exigir qualidade.

A maior rigidez frente à malandragem só vai atrair a admiração de fornecedores, clientes e colaboradores mais confiáveis e mais eficientes, que não temerão uma relação transparente e saudável.