domingo, 25 de março de 2007

Teoria das compensações invisíveis


Vamos dizer que a idéia é muito antiga, mas o nome não: "teoria das compensações invisíveis".

Façamos uma boa estratégia para um empreendimento, um projeto eficiente de varejo em um ponto ideal, contratamos um gerente com MBA, selecionamos funcionários capazes e treinados, colocamos os produtos adequados e equalizamos matematicamente todo o negócio. Isso quer dizer que vai dar certo? Claro que não. Estamos esquecendo de fazer uma política de compensações entre as partes. Fazendo um paralelo, é como reunir ótimos ingredientes para cozinhar uma refeição mas não saber misturá-los.

As compensações invisíveis operam em uma espécie de balança regulatória entre empreendedores, fornecedores, colaboradores e até mesmo clientes, que vai depender da política de relacionamento do empreendimento e das atitudes individuais de cada um, levando ao sucesso ou fracasso de todos.

Se o empreendedor não mantém um sanitário limpo para o funcionário, este provavelmente não tratará tão bem os clientes da loja. Se o funcionário não respeitar o empreendedor não receberá o reconhecimento deste e consequentemente uma promoção ou aumento de salário. Se o fornecedor não ajudar ao máximo o varejista a vender, também não terá aumento dos seus pedidos. Se o comprador não for cordial com os representantes comerciais, também não receberá cordialidades nas questões da negociação.

Por isso é que em 100% das empresas que conseguem crescer organicamente (sem injeção de empréstimos ou capital), percebo que essa lei é muito bem observada e as atitudes visam o depósito de créditos positivos entre as partes, gerando futuras compensações. Na realidade, mais que uma teoria, é um padrão cultural de cada empresa ou pessoa, fazer mais pelo outro para poder esperar ou cobrar.

Exemplificando, projetamos em janeiro de 2007 um comércio para um público-alvo das classes C/D onde os clientes são chamados pelo nome. Seguimos a mesma filosofia e inserimos uma fonte com cascata sobre uma parede de pastilhas de vidro. Só as pastilhas de vidro custaram R$650,00 por m2.

Para quem duvidar que valeu a pena, é só tentar achar uma vaga no estacionamento no fim de semana.


Claudio Yoshimura

4 comentários:

Anônimo disse...

Adorei essa teoria. Ela existe de fato academicamente? Só faltou mencionar uma condição essencial: existir concorrência. Quando se tem opção de outro empregador, fornecedor, ou prestador de serviços, a gente exercita as compensações. Mas quando a empresa usufrui (ou usufruiu até recentemente) de um monopólio de mercado, como a Telefônica, aí eles usam e abusam da paciência da gente, sem o menor respeito e preocupação em compensar nada, beira a má fé e a falta de ética mesmo, para dizer o mínimo. Portanto, viva a livre concorrência de mercado! Ass. Flavio

Claudio C. Yoshimura disse...

Se não existe poderia existir. Talvez exista com outra denominação...
Mas veja o caso real da concordata da Xerox em 2001 e imagine o que um dia pode acontecer com outras empresas desse tipo...alguém aí conhece pelo menos um cliente ou fornecedor da Xerox totalmente satisfeito?

Fleur De Lys disse...

Gostei das idéias expostas no blog. Esse perfil de profissional anima qualquer estudante de arquitetura.
Eu lembro quando disse que ia estudar arquitetura e um arquiteto me disse "Nossa... coitada, mais uma sofredora".

Anônimo disse...
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